terça-feira, 2 de abril de 2013

Dia Mundial da Conciência do Autismo



02 DE ABRIL – DIA INTERNACIONAL DE CONSCIENTIZAÇÃO DO AUTISMO

AUTISMO NO DIA-A-DIA
MACIEL, Ana Carla[1]

Um está lá quieto em seu canto, isolado de todos os outros alunos. Na hora da brincadeira prefere isolar-se. Não é de muita conversa, não gosta que lhe toque, nem é de demonstrar fome, frio ou dor... O outro está agitado, irritado, se bate, puxa os próprios cabelos, se morde, grita, chora, detesta alimentos sólidos, o almoço é o pior horário do seu dia, prefere ficar no chuveiro ou na piscina. Água... que paraíso é esse? Que crianças são essas?
São de aparência normal, sem nenhuma marca ou rótulo específico, apenas no dia-a-dia é que vamos observando suas peculiaridades e aos poucos aos compará-las com as outras da mesma idade vemos que há grandes diferenças. As principais: na interação social – a maior parte não interage, não brinca com outras crianças ou pessoas; na comunicação – a maior parte não desenvolve a fala, não conversa, não mantém diálogo. As que conseguem falar apresentam uma fala incomum, às vezes uma palavra solta a respeito de algo que lhe interesse ou uma pronúncia tão correta que sai estranha aos nossos ouvidos. A imaginação é ausente, não utilizam o “faz de conta” tudo é no concreto, seu processo imaginário é pobre o que faz com que dificulte a compreensão de atividades descontextualizadas e que transponham seus conhecimentos.
Essas três características principais compõem a “Tríade de Wing” - dificuldades relacionadas à: socialização, comunicação e imaginação, essa são as características principais da criança autista.
É de extrema importância que o diagnóstico precoce seja efetivo. O ideal é que o diagnóstico seja feito quando a criança tem entre um ano e meio a dois anos. O mais comum, no entanto, é a partir dos três anos.  Quanto antes for feito o diagnóstico, mais fácil e eficaz será o tratamento e consequentemente a melhora.

Quando passamos pela rua e vemos uma criança agitada, gritando, com comportamento inadequado para subir no ônibus, para participar da brincadeira que mais gosta, porém não consegue esperar sua vez na fila por não entender o motivo de esperar se o brinquedo está ali, temos que pensar que isso não deve ser uma simples “birra”. Devemos educar nosso olhar, principalmente para as mães que acompanham essas crianças. O desfecho de um olhar de cobrança ou comentários como: - Não da educação para essa criança? Ferem e muito aos pais e cuidadores.

Ainda não se sabe sobre a cura do autismo, mas observamos progressos nas crianças com diagnóstico precoce e atendimento multidisciplinar adequado.
A FUVAE – Fundação Varginhense de Assistência aos Excepcionais atende em torno de 30 alunos com autismo. Alguns são incluídos nas escolas comuns e recebem apoio clínico e pedagógico na FUVAE, outros devido o grau de severidade frequentam a FUVAE. A família encontra dificuldade para executar as funções básicas como ir ao médico, dar alimentação, ir a um pronto socorro, participar de uma festa na cidade e em muitas vezes pela falta de conhecimento dos órgãos públicos de como lidar com o autismo. Vamos conhecer para ajudar.



[1] MACIEL, Ana Carla.  Pedagoga. Especialista em Fundamentos da Educação Especial – Área de Concentração: Políticas Públicas e Educação Especial. UFMS. Especialista em Educação Empreendedora; UFSJ. Diretora Pedagógica da FUVAE – Fundação Varginhense de Assistência aos Excepcionais. Membro do CODEVA.


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