02 DE ABRIL – DIA
INTERNACIONAL DE CONSCIENTIZAÇÃO DO AUTISMO
AUTISMO NO
DIA-A-DIA
MACIEL, Ana Carla[1]
Um está lá quieto em seu canto, isolado de todos os outros alunos. Na
hora da brincadeira prefere isolar-se. Não é de muita conversa, não gosta que
lhe toque, nem é de demonstrar fome, frio ou dor... O outro está agitado,
irritado, se bate, puxa os próprios cabelos, se morde, grita, chora, detesta
alimentos sólidos, o almoço é o pior horário do seu dia, prefere ficar no
chuveiro ou na piscina. Água... que paraíso é esse? Que crianças são essas?
São de aparência normal, sem nenhuma marca ou rótulo específico, apenas
no dia-a-dia é que vamos observando suas peculiaridades e aos poucos aos
compará-las com as outras da mesma idade vemos que há grandes diferenças. As
principais: na interação social – a maior parte não
interage, não brinca com outras crianças ou pessoas; na comunicação – a maior
parte não desenvolve a fala, não conversa, não mantém diálogo. As que conseguem
falar apresentam uma fala incomum, às vezes uma palavra solta a respeito de
algo que lhe interesse ou uma pronúncia tão correta que sai estranha aos nossos
ouvidos. A imaginação é ausente, não
utilizam o “faz de conta” tudo é no concreto, seu processo imaginário é pobre o
que faz com que dificulte a compreensão de atividades descontextualizadas e que
transponham seus conhecimentos.
Essas três características principais compõem a “Tríade de Wing” -
dificuldades relacionadas à: socialização, comunicação e imaginação, essa são
as características principais da criança autista.
É de extrema
importância que o diagnóstico precoce seja efetivo. O ideal é que o diagnóstico
seja feito quando a criança tem entre um ano e meio a dois anos. O mais comum,
no entanto, é a partir dos três anos. Quanto antes for feito o diagnóstico, mais
fácil e eficaz será o tratamento e consequentemente a melhora.
Quando passamos
pela rua e vemos uma criança agitada, gritando, com comportamento inadequado
para subir no ônibus, para participar da brincadeira que mais gosta, porém não
consegue esperar sua vez na fila por não entender o motivo de esperar se o
brinquedo está ali, temos que pensar que isso não deve ser uma simples “birra”.
Devemos educar nosso olhar, principalmente para as mães que acompanham essas
crianças. O desfecho de um olhar de cobrança ou comentários como: - Não da
educação para essa criança? Ferem e muito aos pais e cuidadores.
Ainda não se
sabe sobre a cura do autismo, mas observamos progressos nas crianças com
diagnóstico precoce e atendimento multidisciplinar adequado.
A FUVAE –
Fundação Varginhense de Assistência aos Excepcionais atende em torno de 30 alunos
com autismo. Alguns são incluídos nas escolas comuns e recebem apoio clínico e
pedagógico na FUVAE, outros devido o grau de severidade frequentam a FUVAE. A
família encontra dificuldade para executar as funções básicas como ir ao
médico, dar alimentação, ir a um pronto socorro, participar de uma festa na
cidade e em muitas vezes pela falta de conhecimento dos órgãos públicos de como
lidar com o autismo. Vamos conhecer para ajudar.
[1]
MACIEL, Ana Carla. Pedagoga.
Especialista em Fundamentos da Educação Especial – Área de Concentração:
Políticas Públicas e Educação Especial. UFMS. Especialista em Educação
Empreendedora; UFSJ. Diretora Pedagógica da FUVAE – Fundação Varginhense de
Assistência aos Excepcionais. Membro do CODEVA.
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